quarta-feira, 29 de junho de 2011

A relação de negociação e conflito dos escravos de Santana de Ilhéus.

                                                                              

                                                                                           Cristina Farias*



Quando pensei em escrever meu projeto não achei que seria tão complicado. É como jogarem uma bomba em cima de nos alunos de historia. Eu achava que seria mais facíl escrever o projeto ainda mais quando você já tem a noção do que vai escrever, Só que isso não aconteceu. Muitos como eu vivemos esse dilema, como acertar? O que é objeto? Qual a justificativa? Será que vamos ter um orientador que entenda do assunto que eu quero abordar? E quando encontra ele aceita mais não é aquilo que você esperava?

Vou falar caros amigos é difícil, eu sei, mais não é impossível! Eu vou recomeçar tudo de novo e com um olhar diferente. Tentar de novo, um novo recomeço.

Vamos lá.

Em um projeto, o que vou dizer?

Vou falar sobre os escravos do Engenho de Santana na Bahia. Ele tem como objetivo mostrar a relação existente entre o senhor Manuel Ferreira e os seus escravos em 1789. Num período em que o panorama político e social do Brasil era escravista e colonial e que foi marcado profundamente por levantes, rebeliões e revoltas da massa escravas. E a Bahia se encontrava neste contexto.


A partir do "Tratado Proposto a Manuel da Silva Ferreira pelos seus escravos durante o tempo em que se conservaram rebelados”.
[1] podemos pensar no modo de vida que esses individuos levavam no final do seculo XVIII e inicio do seculo XIX. Esses escravos juntamente com o o senhor Manuel da Silva Ferreira serão meu objeto de estudo. Tentarei mostrar a relação entre eles


No tratado eles procuram pouco para serem felizes, só pedem um pouco de dignidade.
"Meu Senhor, nós queremos paz e não queremos guerra; se meu senhor também quiser nossa paz há de ser nessa conformidade, se quiser estar pelo que nós quisermos a saber.
Em cada semana nos há de dar os dias de sexta-feira e de sábado para trabalharmos para nós não tirando um destes dias por causa de dia santo."
[2]

Este documento reforça a idéia de que os cativos não foram elementos passivos na relação senhor x escravos. Ele ilustra o tema no sentido em que apresenta os escravos como sujeitos  da sua historia e de sua capacidade de organização. O senhor do engenho Manuel Ferreira e militares tentaram de varias maneiras recapturá-los. Em 1793 sem ter para onde fugir e encurralados os escravos escreveram esse tratado com varias exigências.  No trecho acima mostra que eles não queriam mais a guerra, eles queriam voltar a serem escravos como eu disse a cima com uma certa dignidade.






 

Continua...



*Cristina Farias é graduanda do 6º período de História pela Faculdade de Formação de Professores FFP/UERJ

[1] SCHWARTZ. Stuart. Escravos, roceiros e rebeldes. São Paulo, EDUSC. 2001. Pág.: 119-121.
REIS, João Jose e SILVA. Eduardo. Negociação e conflito. A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Cia. das Letras, 1988. Pág. 123-124
[2] REIS, João Jose e SILVA. Eduardo. Negociação e conflito. A resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Cia. das Letras, 1988. P. 123.
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